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Esclerose múltipla: um possível tratamento com vitamina D3

Algo avassalador ocorre quando os pais/mães descobrem que seus filhos/filhas, na flor da idade, estão com uma doença incurável. Tal é o caso da esclerose múltipla (EM), em que a maioria dos casos é diagnosticada em adultos jovens, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas, sendo raros os diagnósticos em pessoas com mais de 50 anos. Embora já tenham sido diagnosticados casos em crianças, esses são raros.

Pais e mães acabam mergulhando na internet em busca de informações que, na maioria das vezes, são desalentadoras: esclerose múltipla, ou esclerose disseminada, é uma doença neurológica crônica, não contagiosa e degenerativa, de causa ainda desconhecida, que ataca estruturas do cérebro pertencentes ao Sistema Nervoso Central.

A ciência ainda não descobriu a causa da doença nem sua cura (atribui-se a doença a uma reação auto-imune do organismo). A doença causa uma piora do estado geral do paciente e seus sintomas podem incluir a perda de visão, visão dupla, dormência, dor, rigidez, fraqueza muscular, rigidez e dores articulares, falta de coordenação motora e de equilíbrio, problemas no controle da bexiga e intestinos, fadiga, tremores e formigamentos em partes do corpo. E outros, como insuficiência respiratória, incontinência urinária, perda de audição, depressão e impotência sexual.

Mesmo com a perda do controle dos movimentos, na maioria dos casos a capacidade de raciocínio dos pacientes não é afetada.

Esclerose múltipla: Incidência

O primeiro caso descrito conhecido de EM, em termos que apontam quase certamente para esse diagnóstico, foi efetuado pela freira holandesa Lidwina de Schiedam (1380-1433) que descreveu a doença de que ela própria padecia desde os 16 anos. Ela escreveu sobre dores intermitentes, fraqueza das pernas e distúrbios oculares típicos.

Estima-se mais de um milhão de casos mundiais diagnosticados de esclerose múltipla, dos quais 450 mil só na Europa. Em Portugal, há mais de 5 mil casos diagnosticados. No Brasil estima-se que haja mais de 30 mil portadores da doença.

Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, o número de casos na cidade de São Paulo aumentou em cinco vezes de 2002 a 2009. Atualmente, são 15 casos para cada 100 mil habitantes. Nos Estados Unidos, a incidência é bem maior, atingindo 200 pessoas a cada 100 mil habitantes.

Na Europa, os países escandinavos são os mais afetados. Sabe-se que há maior incidência da doença em países de clima temperado ou frio, que possuem menores taxas de luminosidade (raios solares) durante o ano. No Brasil, há maior incidência de casos nas regiões sudeste e sul do que nas regiões Norte e Nordeste.

Tratamento

Os tratamentos mais comuns se concentram nas ações que atrasam a progressão da doença e melhoram a qualidade de vida do paciente pela promoção do alívio dos sintomas, podendo ser usados corticosteróides (imunossupressores potentes, que, por sua vez, expõem o paciente a múltiplas infecções, já que o sistema imunológico fica debilitado) e beta-interferon, que tem apresentado resultados satisfatórios numa faixa de 30%-50% dos pacientes. Estes são distribuídos pelo Governo e estão na lista dos chamados medicamentos de alto custo. Aliás, alto custo mesmo, pois o valor pode chegar a R$10.000,00 por paciente, por mês.

A rotina da administração desses interferons, normalmente injeções dolorosas, com efeitos colaterais que provocam sensação de gripe, também condiciona a vida dos portadores de esclerose múltipla a limitações desastrosas. E, afinal, de 50% a 70% dos pacientes ficam com os efeitos colaterais, sem conseguir conter a doença.

Vitamina D3

Por isso as mães não desistem. E procurando na internet acabam esbarrando, por exemplo, com uma comunidade no Orkut, com um nome atraente: Esclerose Múltipla Tem Solução. Na página inicial, uma justificativa instigante: "Esta comunidade é para aqueles, portadores ou não de EM, que tenham sensibilidade para trilhar conosco um caminho novo, mas já coberto de histórias de sucesso". O idealizador da comunidade, Sérgio Vinagre, explica que sua sobrinha foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2001 e começou, então, a receber o tratamento convencional. Em 2006, aos 22 anos, quando já estava em cadeira de rodas, encontrou um neurologista da Unifesp, que passou a tratá-la com altas doses de Vitamina D3. Dois meses após o início do novo tratamento, ela estava dirigindo. Hoje leva uma vida normal, sem surtos e sem o uso da medicação convencional, que é bastante agressiva.

Quando a comunidade foi fundada, o hoje referia-se a 2008. Agora, em 2012, segundo o pai da jovem, em comentário a uma matéria sobre o assunto no jornal Folha de São Paulo, ela continua sem surtos, com vida plenamente normal. São mais de 6 anos. Essa página do Orkut hoje tem 859 membros.

Também é possível encontrar um grupo no Yahoo, chamado BemDitas Vitaminas, criado em abril de 2005, hoje com 451 associados. A idealizadora do grupo, Janice, já falecida, explica na apresentação: Meus amigos, sou mãe de uma linda moça chamada Nara, que aos 15 anos teve diagnóstico de EM. Na época pensei que iria enlouquecer, mas como Deus é o mais supremo e sublime dos pais, ele colocou em nosso caminho um médico maravilhoso e que a tirou dos surtos e a trouxe à normalidade. O tratamento a que Janice se refere é o Protocolo fechado em 2005 pelo Dr. Cícero Galli Coimbra, o neurologista da Unifesp acima citado.

E foi assim que, ao longo de seis ou sete anos, muitos portadores de esclerose múltipla chegaram a esse estudioso que, desde 2003, começou a administrar a seus pacientes, níveis realistas de vitamina D3. O que seriam esses níveis realistas? Aqueles que qualquer pessoa exposta adequadamente ao sol por meia-hora produz: cerca de 10.000 UI. E os pacientes começaram a apresentar significativas melhoras. Com níveis de vitamina D em torno de 15ng/ml (detectados pelo exame 25(OH)D3), esses pacientes não tinham apenas uma deficiência passageira da vitamina D, mas aparentemente tinham resistência em absorvê-la.

Por estes dias, foram divulgados os resultados de um estudo recente, levado a cabo pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e publicado nos “Annals of Neurology”, que identificou um gene responsável pela deficiência de Vitamina D e que pode também ser a causa para a Esclerose Múltipla. O estudo foi parcialmente financiado pela National Multiple Sclerosis Society, pelo TheWellcome Trust e contou, ainda, com o apoio de Jeffrey Epstein e da sua Fundação, a Jeffrey Epstein VI Foundation. Deformações no gene CYP27B1 estariam na base da resistência à vitamina D, bem como do desenvolvimento da Esclerose Múltipla. Os pacientes do Dr. Cícero, na verdade, já ouviram falar desse gene, nas explicações que ele lhes dá por ocasião da primeira consulta. Aqui apresentamos a tradução dessa notícia: Identificada uma Causa Genética para a Esclerose Múltipla e deficiência em vitamina D

Em 2011, motivado pelos resultados de seu próprio tratamento, o jornalista Daniel Cunha procurou vários pacientes do Dr. Cícero e produziu um documentário de 30 minutos, chamado: Vitamina D - por uma outra terapia. Conclui-o em abril de 2012 e o postou no Youtube. Em finais de junho, os acessos já chegavam aos 45.000. Foi também criado um blog com o mesmo nome do filme, ( www.vitaminadporumaoutraterapia.wordpress.com) onde é possível encontrar mais informações sobre o tratamento, contatos dos médicos que o realizam, documentação científica, depoimentos etc. Em consequência, hoje, em julho de 2012, só é possível marcar consulta com o Dr. Cícero para fevereiro de 2013.

O que se lê nas redes sociais ou se ouve no contato com os pacientes é que, ao questionarem o seu neurologista sobre o tratamento com vitamina D, costumam ouvir críticas ferinas que vão desde a desmoralização dos médicos que o praticam, notadamente do seu maior divulgador, até a digamos assim "desmoralização da vitamina D". Como se pode pretender tratar uma doença complexa como a esclerose múltipla com vitamina? - perguntam. Revelam com isso um baixo conhecimento sobre o hormônio Colecalciferol, muito mal batizado de vitamina D. Esse hormônio atua em 229 genes de imunorregulação, o que significa que, quando o organismo está deficiente dele, - entenda-se deficiente da vitamina D - o sistema imunológico fica desregulado e, entre outras coisas, pode atacar-se a si mesmo, nas patologias ditas autoimunitárias, entre as quais se inclui a esclerose múltipla.

Outro argumento esgrimido com ênfase é que não existe fundamentação científica para essa terapia, o que não é verdade. São cerca de 3.500 publicações que evidenciam a relação entre deficiência de vitamina D (ou colecalciferol) e esclerose múltipla, bem como outras doenças autoimunitárias. É possível ter acesso a algumas ideias e aos artigos em inglês aqui: http://vitaminadporumaoutraterapia.wordpress.com/material-de-apoio/

A documentação, no entanto, é muito mais extensa. Por exemplo, no site de publicações científicas Scirus ( www.scirus.com) o tema é bastante contemplado.

Silenciam, no entanto, os Congressos, silenciam os livros de medicina com as novas terapias, silencia a maioria dos profissionais da área.

E os pacientes? Não sabem onde mais declarar o seu respeito, admiração e carinho por esse médico de estilo sóbrio, recatado, que se desdobra em longas consultas (que chegam a 2 ou mesmo 3 horas, quando iniciais), até o fim da noite e aos sábados.

Deve-se ressaltar também que não é apenas uma terapia de reposição de vitamina D, ainda que a reposição (em doses realistas de 10.000 ou 15.000 UI) já signifique um avanço e proporcione melhoras. A terapia baseia-se em altas doses de vitamina D (colecalciferol) e obriga a uma rigorosa dieta de restrição de cálcio (não se consome leite nem derivados) e obriga a uma hidratação intensa de 2 litros e meio de líquidos diariamente. Tudo para preservar os rins de excesso de cálcio. Os pacientes são orientados sobre como reconhecer os sintomas de hipercalcemia e fazem exames regulares de Calciúria 24h, principalmente na fase de ajuste da dose. Isso deixa claro que o tratamento deve ser acompanhado por um médico.

São essas doses elevadas que promovem a superação da deficiência em indivíduos que têm resistência parcial hereditária à vitamina D e desenvolveram alguma doença autoimunitária. De modo particular aqui nos debruçamos sobre a esclerose múltipla. Tratá-la sem os efeitos colaterais, incidentes no curto e longo prazo dos tratamentos convencionais, é um sonho que se vai concretizando na medida em que portadores de esclerose múltipla, em fases diferentes da doença, vão-se beneficiando e mantendo os benefícios por 2, 4, 5, 6 e até 7 anos, conforme depoimentos de amigos ou colhidos na internet. (Incluam-se pacientes da França e Portugal). Dentre os benefícios podem enumerar-se a redução ou ausência total de surtos em pacientes que os tinham com mais ou com menos frequência, a interrupção do processo evolutivo com novas sequelas e, mesmo, a regressão de sintomas, como a fadiga, e sequelas mais recentes. Tudo comprovado com ressonâncias magnéticas que revelam o não acometimento de novas lesões, lesões antigas que se tornam inativas e podem até desaparecer. No momento em que é atingida a dose adequada da vitamina D (colecalciferol), a esclerose múltipla entra em remissão permanente.

Um recente estudo afastou o fantasma, levantado por alguns médicos, da toxicidade da vitamina D3 (Safety of vitamin D3 in adults with multiple sclerosis, American Journal of Clinical Nutrition - September 2007). A quem se interessar, apresentamos aqui a tradução, em arquivo PDF: A Segurança da Vitamina D3 em Adultos com Esclerose Múltipla.

Não há maior recompensa para um profissional médico que se dedique aos seus pacientes sem medir consequências pelo conflito de interesses; nem há maior alegria para os que usufruem dessa dedicação, o que os impele a divulgar e pedir providências no sentido de tornar essa terapia acessível a todos.

Apesar de toda a polêmica, e enquanto a comunidade científica debate sobre esse novo tratamento de esclerose múltipla à base de vitamina D, em face das novas descobertas e estudos científicos publicados, multiplicam-se os relatos de sucesso.

A seguir, o vídeo com a h istória de seis portadores de doenças autoimunitárias (a maioria com esclerose múltipla) que tiveram suas vidas transformadas por um tratamento à base de vitamina D. Com direção de Daniel Cunha, jornalista, portador de esclerose múltipla e beneficiário do mesmo tratamento, o documentário surgiu da necessidade de compartilhar esse conhecimento com outros portadores, seus familiares e conhecidos, médicos, estudantes de medicina e interessados em geral.

Referências:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Esclerose_m%C3%BAltipla

http://www.diadaesclerosemultipla.com.br/

http://esclerosemultipla.wordpress.com/2006/02/24/o-que-e-esclerose-multipla/

www.scirus.com

www.vitaminadporumaoutraterapia.wordpress.com


Equipe Portal da Família

 

Publicado no Portal da Família em 01/07/2012

 

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