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O compositor que rompia barreiras: Beethoven

Danielle Marangon Jung

Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn, na Alemanha, provavelmente em 16 de dezembro de 1770 (já que seu batismo data de 17 de dezembro e era o costume da época batizar as crianças logo após o nascimento).

Foi compositor erudito na época de transição do Classicismo para o Romantismo. Muitos críticos o consideram o maior compositor do século XIX, enquanto outros o consideram um dos poucos que merecem o adjetivo de “gênio”.

Neto e filho de músicos, Ludwig recebeu do pai, Johann van Beethoven, as primeiras lições. Seu avô descendia de belgas, donde herdou o van no nome, que diferentemente do von alemão, não representava um distinção de nobreza. Seu pai era tenor na corte de Colônia, onde lecionava; sofria de alcoolismo e costumava ser bastante exigente com a formação musical do filho, que sempre revelou extraordinário talento neste campo, sendo considerado um menino prodígio já aos 12 anos.

A mãe de Ludwig, Maria Madalena Keverich (1746-1787), era viúva quando se casou com Johann, e já havia tido um filho que morrera pouco tempo depois de nascer. A família de Beethoven passou por dolorosas situações. Dos 7 filhos que tiveram, apenas 3 sobreviveram.

Mas é impressionante observar como a natureza, através de um família aberta à vida, é capaz de surpreender maravilhosamente a humanidade através de exemplos reais.

Num conhecido diálogo entre Jerôme Lejeune, um dos maiores geneticistas do século XX, descobridor da Síndrome de Down e defensor da vida, com o médico abortista Monod durante um debate pela televisão, o prof. Lejeune perguntou:

Lejeune: “Sabendo-se que um pai sifilítico, e uma mãe tuberculosa tiveram quatro filhos: o primeiro, cego de nascença; o segundo, morto logo após o parto; o terceiro, surdo-mudo; o quarto, tuberculoso, e que a mãe ficou grávida de um quinto filho, o que o senhor faria?”

Monod: “Eu interromperia essa gestação”.

Lejeune: “Então o senhor teria matado Beethoven”.

Como nem Monod nem outro médico abortista estavam presentes na ocasião, Beethoven nasceu. No total, teve sete irmãos, cinco deles faleceram já na infância. Dos filhos vivos, Beethoven foi o primeiro, Caspar o segundo e Nicolaus o terceiro.

Com 9 anos de idade, Beethoven foi confiado ao organista Christian Gottlob Neefe. Compôs suas primeiras peças aos 11 anos. Em 1784, era já o segundo organista da capela do Eleitor. Pouco depois, era o violetista da orquestra da corte.

Em 1787, foi enviado para Viena para estudar um tempo com Mozart, que já estava enfermo, mas teve de voltar a Bonn devido à morte de sua mãe. Com o pai em estado de alcoolismo agudo e com a morte do irmão, passou a ser tutor de seu sobrinho.

Em 1792, muda-se definitivamente para Viena, onde continua seus estudos com Franz Josef Haydn . Durante os anos 90 (do século XVIII), consolida sua reputação como pianista e compõe suas primeiras obras:

Três Sonatas para piano Op.2 (1795)

Concerto para Piano No.1 em Dó maior Op.15 (1795)

Sonata No.8 em Dó menor Op.13 [Sonata Patética] (1798)

Seis Quartetos de cordas Op.18 (1800).

 

Em 1801, Beethoven diz que não está satisfeito com o que compôs até aquele o momento e decide seguir um “novo caminho”. Dois anos depois é possível apreciar o resultado deste “novo caminho”: Sinfonia No.3 em Mi bemol maior Op.55 [Eroica] é obra sem precedentes na música sinfônica e marca o início do período Romântico na Música Erudita.

Os primeiros sinais de surdez surgiram antes que Beethoven completasse 30 anos. Foi extremamente difícil para ele, homem de temperamento forte, aceitar esta situação:

"Era-me impossível dizer às pessoas: 'fale mais alto, grite, porque sou surdo'. Como eu podia confessar uma deficiência do sentido que em mim deveria ser mais perfeito que nos outros, um sentido que eu antes possuía na mais alta perfeição?", escreveu a seus irmãos.

Tentou diferentes tratamentos, todavia nenhum deles fez efeito. O desespero e a depressão foram tomando conta de Beethoven, que chegou a considerar a possibilidade de suicidar-se. Felizmente conseguiu reagir e, usando suas próprias palavras, "agarrar o destino pela garganta".

Enfrentando a surdez progressiva, Beethoven lecionava piano, vendia suas partituras e dava concertos para sustentar-se. Era ele também o responsável pelo sustento dos seus dois irmãos. Estes anos foram os mais ricos em quantidade de obras compostas. Somente a partir de 1 809 começa a ser ajudado por três aristocratas vienenses (o Arquiduque Rudolph, o Príncipes Kinsky e o Príncipe Lobkowitz).

Beethoven ficou totalmente impossibilitado de ouvir aos 46 anos. Em completa surdez compôs ainda 44 obras musicais. Ele não é o único músico que compôs estando 100% surdo, porém é o caso mais conhecido, principalmente pela qualidade de seu trabalho.

A surdez possibilitou que Beethoven se tornasse mais introspectivo, profundo, contemplativo e livre das convenções musicais. Cria, então, algumas de suas maiores obras:

Sonata No.29 em Si bemol maior op.106 [Hammerklavier] (1818)

Sonata No.30 em Mi maior Op.109

Sonata No.31 em Lá bemol maior Op.110 (1822)

Sonata No.32 em Dó menor Op.111 (1822)

Variações Diabelli Op.120 (1823)

Missa Solemnis Op.123 (1823)

Em 1824 é executada pela primeira vez a sinfonia que muitos consideram a obra-prima de Beethoven: Sinfonia No.9 em Ré menor Op.125.

O texto provém do poema de Schiller, “Ode à Alegria”, adaptado pelo próprio Beethoven. Um coral é inserido em certo movimento da sinfonia, algo inédito na música até então.

A Nona sinfonia de Beethoven é uma das músicas mais conhecidas e tocadas no mundo, já foi incluída na trilha sonora de diversos filmes. Outra composição muito famosa de Beethoven, que se popularizou, é a Quinta sinfonia : nos anos 70, sua versão eletrônica virou sucesso nas discotecas e, anos depois, foi usada em propaganda para vender lâminas de barbear ("tchan, tchan, tchan, tchan").

Em 1825, Beethoven compareceu ao ensaio fechado de um grupo que executaria o seu Quarteto em mi bemol maior op. 127. De modo surpreendente, chamou a atenção dos músicos para os menores erros na execução. "Seus olhos seguiam os arcos, e assim ele era capaz de notar as menores flutuações no tempo ou no ritmo, e corrigi-las na hora", afirmou um dos violinistas, Joseph Böhn.

Os últimos anos de Beethoven foram em grande parte dedicados à composição de quartetos de cordas, tendo por resultado obras consideradas visionárias, como:

Quarteto em Mi bemol maior Op.127 (1825)

Quarteto em Lá menor Op.132 (1825)

Quarteto em Si bemol maior Op.130 (1826)

Grande Fuga Op.133 (1826)

Quarteto em Dó sustenido menor Op.131 (1826)

Quarteto em Fá maior Op.135 (1826).

 

Ludwig van Beethoven faleceu de cirrose hepática, após contrair pneumonia. Era 26 de março de 1827. Nesta época estava trabalhando no que seria a sua Décima Sinfonia. Cerca de 10 mil pessoas foram aos seus funerais, entre elas Franz Schubert.

É inegável a influência que Beethoven exerceu na história da música. Tendo enfrentado significativas dificuldades tanto na sua carreira como na sua vida pessoal e familiar, disse certa vez: "Parecia-me impossível deixar o mundo antes de ter dado a ele tudo o que ainda germinava em mim". O mundo agradece.

 

Danielle Marangon Jung é editora do blog Boas Notícias Hoje - http://boasnoticiashoje.zip.net

Fontes de pesquisa:

http://musicaclassica.folha.com.br/cds/03/biografia.html

http://wmarques.sites.uol.com.br/beethoven.htm

http://musicaclassica.folha.com.br/cds/03/curiosidades.html

www.febnet.org.br/file/837.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Beethoven



 

Publicado no Portal da Família em 14/06/2006  

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