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A educação da liberdade nas etapas da vida

José Antonio Lopez Ortega Muller

Durante as primeiras etapas da vida, os pais podem assentar as bases da educação da liberdade estabelecendo uma disciplina básica. Um mínimo de normas ou regras do jogo, conhecidas, aceitas e vividas por todos, que funcionem como um canal pelo qual decorre, tanto a liberdade dos filhos, como a dos pais. Educar a liberdade inclui o desenvolvimento da virtude da obediência pois uma criança indisciplinada é má candidata para o desenvolvimento de uma liberdade autêntica.

A idade escolar, que corresponde dos seis aos doze anos, é a etapa apropriada para iniciar a educação da liberdade propriamente mencionada, com base no alcançado nas etapas etárias anteriores.

A razão é muito simples, já que ao redor dos seis anos as crianças adquirem o “uso de razão”, isto é, são capazes de raciocinar com certa lógica e, portanto, podem começar a usar consciente e voluntariamente sua liberdade.

Para isto, é importantíssimo que os pais, em tudo aquilo que não esteja regulamentado, permitam, animem e até empurrem, se for necessário, aos filhos a exercer a capacidade de escolher e a decidir .

É preciso ter em conta que a liberdade é algo que se aprende a usar. Como pode uma pessoa aprender a decidir? Escolhendo ou aceitando, de maneira similar como se pode aprender a nadar, nadando. É importante que os pais “dêem” uma certa liberdade aos filhos como condição indispensável para a aprendizagem de sua liberdade, da mesma maneira que os jogam na água para aprenderem a nadar.

Deixá-los decidir escolhendo ou aceitando, supõe ajudar-lhes a desenvolver estas capacidades primordiais da liberdade humana. Mas, além disso, é preciso ensinar-lhes a fazê-lo. E como se pode ensinar a decidir, e escolher e a aceitar para fazê-lo bem? Ensinando-o a pensar antes.

Para isto será muito útil que os pais dialoguem com os filhos, ajudando-lhes a calibrar as conveniências de decidir em um sentido ou em outro, com base nas próprias possibilidades, e também pensando nas possíveis conseqüências de cada decisão. É muito útil ajudar-lhes para que aprendam da experiência, aceitando as conseqüências que se derivam de suas decisões, boas ou más, e que colocam em manifesto seu acerto ou erro. Saber usar a liberdade não se limita a decidir, a escolher ou a aceitar, mas também implica decidir bem, escolher bem e aceitar bem.

  Para isto, faz falta ensinar aos filhos a distinguir o bom do mau e o bom do melhor, o feio do bonito, já que nem tudo o que é feio é mau, nem tudo o que é bonito é bom, animando-os para que decidam sempre pelo melhor e não tanto pelo agradável, o cômodo ou o fácil.

A tudo isto podemos chamar “saber querer”, que unido ao “saber pensar” favorece o bom uso da liberdade.

A aprendizagem da liberdade inclui necessariamente o desenvolvimento da responsabilidade. De nada serve que os filhos decidam, escolham e aceitem, se a seguir não são capazes de responder por sua decisão, escolha ou aceitação.

Por isso, quando o filho pretende livrar-se das conseqüências de seus atos, os pais devem ajudar-lhe a carregar com elas, sempre e quando não suponha um grave dano.

Obviamente, convém insistir mais uma vez, o exemplo dos pais é muito importante para que os filhos aprendam a usar sua liberdade, respondendo pessoalmente a seus atos.



 


 

Do livro “A Educação da Liberdade”, de José Antonio Lopez Ortega Muller *

* Médico cirurgião, formado pela Universidade Nacional Autônoma do México. Presidente fundador da Sociedade Mexicana de Educação para a Saúde. Orientador familiar pelo Instituto de Ciências da Educação da Universidade de Navarra. Vice-presidente do VI Congresso Internacional da Família. Professor associado do Instituto de Ciências da Educação. Fundador e Diretor geral de LOMA, O. F., S.C., instituição dedicada a preparar profissionais da orientação familiar.

 

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