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Quando se expõe os filhos à deseducação em temas cruciais da vida

Jorge Enrique Mújica

Juan Claudio Sanahuja revelava, em Noticias Globais (cf. 01/09/2009) que a Unesco publicou em 27 de agosto de 2009 o Guia de Educação Sexual para a Emancipação dos Jovens, no qual também colaborou a Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a População. Em suas 98 páginas o documento incentiva, por exemplo, ensinar masturbação às crianças a partir de 5 anos.

Não é o único documento ou meio para impor determinada ideologia sobre a sexualidade, porque em diferentes países está cada vez mais frequente a aparição de guias ou livros, obrigatórios para as escolas, que promovem um ensinamento explícito - e as vezes de duvidosa pedagogia e sem consentimento dos pais de família - sobre sexualidade.

“Robin” é um projeto do Ministério da Saúde do governo socialista espanhol, lançado em janeiro de 2008. Consiste num programa-piloto que fornece informações sobre sexo através do Messenger, uma ferramenta para troca de mensagens entre pessoas via Internet. A iniciativa, apoiada pela Microsoft, tem como público alvo adolescentes entre 12 e 17 anos,  e as respostas dadas fazem uso do mesmo linguajar usado pelo jovens em suas perguntas (inclusive com o uso de palavras vulgares) e de imagens com conteúdo explícito. Na época foi amplamente criticado por tentar substituir o papel dos pais no trato destes assuntos.

Meses mais tarde, em novembro de 2008, o Conselho de Saúde do governo da capital espanhola retirou de circulação um guia para prevenir a AIDS entre os adolescentes porque a publicação propunha a abstinência como meio seguro para prevenir o contágio.

Num artigo publicado no diário A Gazeta dos Negócios (cf. 17.11.2008), dizia-se que “Como todo texto de divulgação científica, este guia se baseia em dados concretos e comprovados, e divulga orientações elaboradas com rigor e embasadas em dados científicos, sem dar margem a opiniões não-fundamentadas”. Apesar disso, outra publicação, o guia   “Adolescentes diante da AIDS: perguntas e respostas”, publicado pela Fundação de Pesquisa e Educação Sobre AIDS, para o Hospital Carlos III, foi suspenso e proibido de circular porque propunha a castidade como prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis.

No início de setembro de 2009, o mesmo Ministério da Educação publicou em seu site na internet um projeto multimídia intitulado Sexpresan. Trata-se de um recurso de apoio para o polêmico assunto ideologizante que possui o nome pomposo de “educação para a cidadania”. Direcionado tanto para alunos como para professores, promove uma concepção hedonista e irresponsável da sexualidade ao deixar a ideia de que qualquer um pode ser homossexual ou bissexual, encoraja-se à masturbação, ao coito anal e oral, segundo revelou a associação Profissionais pela Ética (cf. Boletim temático de 04.09.2009).

No mês de maio de 2008, o governo argentino, através do Conselho Federal de Educação,  aprovou uma resolução que obrigava todas as escolas do país a ensinar que “o preservativo é o único método existente para prevenir o vírus da AIDS (cf. La Nación, 30.05.2009). “Estamos obrigados e não é opcional. Ninguém pode negar. Hoje, uma educação de boa qualidade inclui informação sobre sexualidade”, declarou ao jornal La Nación o ministro da educação Juan Carlos Tedesco.

Com o “propósito” de reduzir o elevado número de gravidez entre adolescentes, o governo britânico de Gordon Brown baixou, em outubro de 2008, uma lei que impunha a educação sexual obrigatória desde os 5 até os 16 anos, através da disciplina Educação pessoal, social e da saúde. A decisão do governo britânico contrasta com as pesquisas realizadas pela BBC. Segundo elas, 64% dos britânicos acha mais adequado que este tipo de “educação” comece a partir dos 11 anos, e 36% não concorda que se fale de contracepção antes dos 13 anos.

Em declarações recolhidas por ForumLibertas.com (cf. 31.10.2008), o ministro da Educação Jim Knight afirmou que “a vida moderna é cada vez mais complexa e temos a obrigação de dotar nossos jovens de conhecimento para enfrenta-la”.

Em junho de 2009  veio à tona a intenção do Departamento para a Infância, Escolas e Famílias da Grã Bretanha, de oferecer aos adolescentes a partir dos 12 anos, um cartão de crédito, o C-Card, para que tivessem acesso gratuíto a preservativos, que estariam disponíveis em máquinas de venda automática espalhadas por parques públicos, clubes e campos esportivos. A iniciativa foi desenvolvida por uma organização britânica que apoia a anticoncepção dos adolescentes, o Brook Advisory Service. Gordon Brown é o responsável por este projeto.

Durante a oitava Reunião de Cúpula Ibero Americana de Chefes de Estado e de Governo sobre juventude e desenvolvimento, o documento base de trabalho girava em torno da imposição de uma visão da sexualidade que, mais do que educar, convida ao descontrole sexual (além de apresentar pontos favoráveis ao aborto e à ideologia do gênero). Por seu conteúdo, os acordos finais não foram assinados pelo então presidente salvadorenho, anfitrião da reunião de cúpula, por considerar que iam contra o ideário de seu pais, por carecer de representatividade social e promover políticas perniciosas e opostas aos valores da maioria dos cidadãos salvadorenhos.

No México, um organismo dedicado à promoção da contracepção, MexFam (Fundação Mexicana para o Planejamento Familiar), declarava ao jornal El Universal que, apesar de sua obstinada persistência no ensino do uso dos métodos contraceptivos, os professores de escolas públicas estão pedindo para que promovam melhor a opção da abstinência.

Educação sexual e o uso de preservativos: Um autêntico benefício?

Há quem diga que a educação sexual que promove o uso dos preservativos é um benefício, porque pode prevenir doenças sexualmente transmissíveis e fomentar a tolerância a respeito das práticas homossexuais. Será verdade?

Em outubro de 2007, a Revista de Promoção Sanitária da Califórnia revelou que os programas de educação sexual implementados em 96% das escolas públicas da Califórnia, Estados Unidos,  revelavam que na realidade este tipo de “educação” promove a promiscuidade, ou, o que é o mesmo, não funcionam. Assim, 1.1 milhão de crianças instruídas no uso do preservativo contraíram alguma doença sexualmente transmissível em 2005 (sífilis, clamídia, gonorreia, papiloma humano ou AIDS). Segundo Chris Weinkopf, editor do Los Angeles Daily News, estas cifras se devem à proibição legislativa  da Califórnia que veta a educação sexual baseada na abstinência.

A informação da Revista de Promoção Sanitária da Califórnia está em sintonia com os dados que, em março de 2008, o Centro de Controle de Enfermidades e Prevenção dos Estados Unidos (CDCP) deu a conhecer. Segundo esta entidade, uma de cada quatro adolescentes está contaminada com alguma doença sexualmente transmissível. No informe da CDCP fala-se na necessidade de uma educação na abstinência como uma prioridade pública urgente.

E por que este elevado índice de contágios? Segundo a diretora executiva da Associação Nacional de Educação na Abstinência, Valerie Huber, “Ensina-se erradamente os adolescentes que o preservativo torna as relações seguras. Quando vemos que uma entre quatro garotas está infectada com alguma doença sexualmente transmissível, fica claro que o ensinamento baseado na contracepção (i.e., uso de preservativos) que se aplica em 75% das escolas dos Estados Unidos está falhando entre os jovens”.

Na Espanha, durante o verão de 2009, foram tema de escândalo e debate nacional os abusos e agressões sexuais sofridos por menores de idade. Foi fácil achar uma relação direta entre esses fatos e a promoção, intencional ou não, da prática sexual e sua banalização desde a mais tenra idade, na educação que se dá nas escolas públicas.

A este respeito, o escritor Juan Manuel de Prada escreveu num artigo publicado no jornal  ABC (cf. 27/07/2009): “Distribuem preservativos nas escolas e elogiam as delícias da liberdade sexual; e em troca lhes dizem que estas delícias só podem ser alcançadas se são plenamente consentidas pela outra parte. Mas esta barreira do “consentimento” se torna absolutamente ineficaz, porque previamente foi liberada uma força dominadora”.

Violência: um professor dentro de casa

Ao tema dos efeitos perniciosos de uma educação sexual manipulada, que não permite aos pais de instruir segundo suas próprias convicções, acrescenta-se o tema da violência, que também está na ordem do dia.

Para citar um exemplo, no mês de janeiro de 2009, o Ministério ingles de justiça publicou uma notícia (Youth Justice Board) onde se diz, entre outras coisas, que naquele país  adolescentes com idade entre 10 e 18 anos cometem 159 crimes por dia (cf. também Il Corriere della Sera, 09.01.2009). Quais crimes? Desde roubar até matar. A criminalidade feminina cresceu entre 18-21%. Em 2008 os adolescentes em geral nestas idades, cometeram 278.000 delitos. Os especialista atribuem estas consequências ao elevado consumo de álcool.

Chega-se a pensar que o fato de não expor os filhos a amizades que os incitem à violência é a saída perfeita para evitar problemas desse tipo. Mas agora já não é necessário sair de casa para deixar entrar mestres da violência dentro dela. Como isso se introduz então? Será  algo realmente latente?

Um artigo publicado pelo diário espanhol El Correo (cf. 08/12/2009)  trazia o alerta de  vários especialistas sobre o papel dos video games violentos na vida das crianças, adolescentes e jovens. E não há necessidade sair de casa para compra-los, pois basta um cartão de crédito e acesso à internet para adquirí-los. Segundo a associação Protégeles, 57% dos menores reconhece que usa jogos de videogames nos quais se machuca, tortura ou mata  pessoas. Um em cada tres admite que, além disso, são produtos classificados “para maiores de idade”.

Florida Timothy Plan publicou em janeiro de 2009 um guia valioso para orientar pais de família na compra de videogames classificando-os segundo categorias como violência, droga, homossexualismo ou blasfemia. O guia, disponível só em ingles, pode ser baixado em
http://www.noticiacristiana.com/news/docs/TopOffensiveGames.pdf

O Papa Bento XVI, em sua mensagem para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais 2007, já alertava: “Quando se põe as crianças diante do que é estética e moralmente excelente, ajuda-se-lhes a desenvolver a apreciação, a prudência e a capacidade de discernimento”. E também assinalava: “Toda tendência para produzir programas - inclusive filmes de animação e jogos de videogames - que exaltam a violência e refletem comportamentos antissociais ou que, em nome do entretenimento, trivializam a sexualidade humana, é perversão; e muito mais quando se trata de programas dirigidos a crianças e adolescentes. Como se poderia explicar este “entretenimento” aos inúmeros jovens inocentes que foram vítimas da violência, da exploração e do abuso?”.

 


Fonte: MujerNueva
http://www.mujernueva.org/articulos/articulop.phtml?se=3&ca=5&te=1&id=7750

 

Publicado no Portal da Família em 09/06/2012

 

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