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O fundamento de toda ação educativa

Tomás Melendo

Educar equivale a promover a capacidade de amar daqueles a quem pretendemos formar.
Tomás Melendo

A título de introdução: Meu diálogo imaginário com o autor do artigo. Por Marta Román

Marta Román (M.R.) - Tomás, se meus filhos lerem isto vão dizer que você está louco. Desde o título do artigo, ou a conferência que se escute ou o que seja, você sempre acaba na mesma coisa: no amor!

Tomás Melendo (T.M.) – É verdade, e não é que eu só acabe, mas também começo. Reconheço que enlouqueço, como dizem seus filhos e os meus. O que posso fazer?

M.R. - Não sei, dar-lhe um ar mais... psicológico? Mais de um educador especializado a um pai desesperado?

T.M. - Argh! Prefiro parecer louco.

M.R. - É que quem lê, faz perguntas.

T.M. - Então está bem.

M.R. - É que nós, pais desesperados, buscamos respostas!

T.M. - Sim, por isso escrevo tantos artigos sobre educação, pessoa, sexualidade, família, trabalho, enfim, sobre o amor...você sabe.

M.R. - ??

T.M. - Quero dizer que, depois de dar voltas durante 40 anos não encontro respostas em nenhuma outra parte. O que você quer que eu faça?

M.R. - Então, há respostas?

T.M. - Montanhas delas, mas todas no amor.

M.R. - Ouça, Tomás, vou lhe contar uma curiosidade: sabe como se diz, em italiano, querer a alguém? Voler bene. Reparei que no seu artigo você teve que acrescentar o “bem” ao querer porque em espanhol é a mesma coisa querer uma coca-cola e querer seu filho. Na Itália, se um menino diz a uma menina que quer bem a ela, diz: “Ti voglio bene”. Não soa bem?

T.M. - Genial. Fico feliz que você tenha me contado isto. Deu-me uma idéia...

M.R. - Sabia que você gostaria. Com certeza o artigo me encantou.

1 - Situação

Pai e mãe são por natureza os primeiros e irrenunciáveis educadores de seus filhos. Entretanto, no momento atual, às vezes dá a impressão de que pretendem ignorá-lo. Não só pedem ajuda, mas pedem, com mais ou menos consciência e clareza, para serem substituídos nesta tarefa indelegável..

1.1 A dificuldade de educar

Esta espécie de resistência é mais do que compreensível. E é porque a missão paterno-materna de educar não é nada fácil e talvez menos ainda nos tempos presentes.

Em qualquer caso, está cheia de contrastes aparentemente inconciliáveis. Por exemplo, ao longo de toda sua existência, os pais:

a) Devem acolher cada filho -único e irrepetível - tal como é, mesmo quando algumas vezes não corresponda a suas expectativas. Os filhos não são “propriedade” de quem os gerou que não podem dispor deles à sua vontade: sua verdade mais radical não é ser nossos filhos, mas sim filhos de Deus, com toda a grandeza, autonomia e liberdade que isto lhes confere.

b) Devem respeitar a liberdade das crianças, mas também fomentá-la e fazê-la crescer, e ao mesmo tempo, guiá-los e corrigi-los.

c) Devem saber compreender, mas também exigir, sem ceder inoportunamente diante daquilo que redunde em mal dos seus filhos, por mais que eles insistam.

d) Devem ajudá-los em suas tarefas, mas sem substituí-los nem lhes evitar o esforço formativo e a satisfação e o incremento da auto-estima que o fato de realizá-las leva consigo; por isso, o que um filho pode fazer razoavelmente por si mesmo, nunca deveria ser feito por seus pais ou por outras pessoas.

1.2. Necessidade de aprender a ser pais

Em consequência, os pais devem aprender a sê-lo por si mesmos e desde muito cedo.

Em nenhum ofício a capacitação profissional começa quando o aprendiz alcança postos de destaque e tem entre suas mãos encargos de altos riscos: isto não acontece nem na alvenaria, na mecânica, artes gráficas ou no desenho; tão pouco na medicina, na arquitetura, na engenharia, no direito, na carreira militar, na política, na administração ou no seio de uma empresa...

Por que no “ofício de pais” deveria ser diferente? Talvez porque sua responsabilidade é menor que a de quem trabalha numa profissão “convencional”?

Dá a impressão de que não. Ao contrário, seguindo as pegadas de João Paulo II, “se assim é a família, tal é a sociedade, porque assim é o homem”, a pessoa humana: o futuro da civilização está no seio de cada lar, inclusive de cada matrimônio.

Por acaso, então, por que se trata mais de uma arte do que de uma ciência?

Ainda que pudesse estar de acordo neste ponto, em nenhuma arte basta a inspiração e a intuição. É preciso também instruir-se, formar-se, exercitar-se, como afirmam justamente os artistas que dão a impressão de trabalhar sem o menor esforço. Quanto mais “natural” parece a obra de arte, mais trabalho deu: um empenho, na maior parte das vezes prévio, sedimentado sobre habilidades.

1.3. Não “receitas”, mas “princípios”

Por outro lado, aprender o “ofício'” de pai e educador não consiste em se abastecer de um conjunto de receitas ou soluções já dadas e imediatamente aplicáveis aos problemas que vão surgindo. Nem tampouco de um amontoado de técnicas infalíveis.

Tais receitas e tais técnicas não existem.

Pelo contrario, há princípios ou fundamentos da educação que iluminam as diferentes situações: os pais devem conhecê-los muito a fundo, até fazê-los pensamento de seu pensamento e vida de sua vida, para com ele e, quase sem necessidade de deliberações, encarar a prática diária.

Tampouco se trata de uma tarefa simples.

Tendo isto claro e sem muitas pretensões, oferecerei dois ou três dos principais critérios e sugestões sobre “a arte das artes”, como foi chamada a educação. Ou, melhor, como se verá de imediato, tentarei assinalar o fundamento último de toda ação educativa.

2. Na confluência de três amores

Colocando o assunto do modo mais fundo e radical possível, as chaves da educação e de todas as tarefas que leva consigo se encerram num só termo – amar – e nos dois corolários que daí se seguem:

a) O primeiro, a necessidade constante de aprender a amar, sem nunca dar a impressão de que não sabe fazê-lo, ao contrario do que muitas vezes nos ocorre. Vale a pena refletir sobre o que pretendia sugerir Benavente ao afirmar, sem exceções, que “o amor tem que ir à escola”.

b) Além disso, convém fomentar o convencimento de que não se aprende a amar e a educar como por arte de magia, mas fazendo tudo o que estiver em nas próprias mãos para querer cada vez melhor. Aprender a amar é a “grande matéria da vida”, aquilo para o que viemos a este mundo; por isso sustentava S. João da Cruz que ao entardecer de nossa existência seriamos examinados sobre o amor.... e nenhuma outra coisa.

Vejamos como se concretiza o que acabamos de sugerir.

3 - Amor aos filhos

3.1. Amor autêntico e real

A primeira coisa que os pais precisam para educar é um verdadeiro e autêntico amor a seus filhos.

Segundo escreve um autor francês, a educação requer, além de “um pouco de ciência e experiência, muito senso comum e, sobretudo, muito amor”. Em outras palavras, é preciso dominar alguns princípios pedagógicos e trabalhar com sensatez, mas sem supor que é suficiente aplicar uma bonita teoria para conseguir resultados seguros. Tudo isso seria insuficiente sem o elemento indispensável que é o amor autêntico e verdadeiro.

Por quê? Por muitíssimos motivos, a maioria deles conhecidos por intuição.

a) O primeiro, tão óbvio que muitas vezes nem o percebemos, é que se não amarmos a nossos filhos, nem sequer faremos caso deles... exceto quando “nos” criarem problemas.

b) Além disso, porque “cada criança -justamente por sua condição de pessoa- é uma realidade absolutamente irrepetível”, diferente de todas as outras. Não se trata de um caso entre muitos outros. Daí, que nenhum manual será capaz de explicar e resolver este presumido “caso” concreto: é preciso aprender a modular os princípios de acordo com o temperamento, a idade e as circunstâncias em que se encontram os filhos.

c) Por conseguinte, cada um deve ser tratado da maneira como lhe corresponde, não todos por igual, como às vezes pretendemos, inclusive convencidos de isso é o mais correto: Aristóteles já advertia que tratar de modo igual aos desiguais é tão injusto – e tão pouco eficaz – como tratar desigualmente os iguais.

d) Mas para tratar cada filho como merece e necessita é indispensável conhecê-lo bem; e só o amor permite conhecer cada um deles tal como é hoje e agora – e como está chamado a ser no futuro – e agir em função deste conhecimento. Mesmo concedendo a parte de verdade que encerra o ditado de que “o amor é cego”, é muito mais profundo e real sustentar que é agudo e perspicaz, clarividente; e que, tratando-se de pessoas, só um amor autêntico nos capacita para conhecê-las profundamente, adentrarmos ao mais fundo do seu ser...e trabalhar em consequência.

e) Por outro lado, especialmente hoje, haveria que distinguir entre o autêntico amor, que busca o bem real do amado, que efetivamente o ajuda a melhorar, e seus múltiplos sucedâneos: o amor próprio mais ou menos disfarçado de compaixão, ou de ternura, a paixão, o capricho, a pieguice, etc. Sobre este ponto me deterei em outro artigo.

3.2 Amor clarividente

O verdadeiro amor nunca é cego, mas, ao contrário: sagaz e penetrante.

De fato, será este amor o que ensinará aos pais:

a) A descobrir as qualidades que devem potencializar em seus filhos, em lugar de fixar-se e insistir monótona e exclusivamente na correção de seus defeitos. Trata-se de uma questão chave à qual dedicarei, mais adiante, todo um escrito.

b) A ensinar o momento mais adequado para “estar” e para “desaparecer”, para falar e para calar; questão que adquire especial relevância na adolescência... “pensada por Deus principalmente para os pais” como costumo explicar e que também veremos mais devagar num novo trabalho.

c) A encontrar um tempo para brincar com as crianças e se interessar por seus problemas, sem submetê-los a um interrogatório, e o de respeitar sua necessidade de estar sozinho.

d) A distinguir as ocasiões em que convém “soltar um pouco a rédea” e “não dar uma de sabichão”, diante daquelas outras nas quais é necessário intervir com decisão e inclusive com decidida vivacidade e uma ponta de agressividade fingida...

E, segundo apontava, em toda esta difícil arte, os pais são insubstituíveis; há ajudas mais ou menos eficazes, mas o definitivo são sempre eles, no plural: o pai e a mãe.

Um casal muito oprimido por seu trabalho profissional procurava, numa loja, um presente para seu filho: pediam algo que o divertisse, o mantivesse tranquilo e, sobretudo, lhe tirasse a sensação de estar sozinho. Uma funcionária inteligente lhes explicou: “sinto muito, mas não vendemos pais”.

4. Amor mútuo

A primeira coisa que o filho precisa para ser educado é que seus pais se amem entre si.

4.1 - Condição indispensável

“Providenciamos para que nada lhe falte, estamos atentos até os seus menores caprichos e, no entanto...”.

Expressões como esta são encontradas frequentemente na boca de tantos pais que aparentemente se preocupam com seus filhos – alimentos sadios, reconstituintes e vitaminas, brinquedos mais e mais sofisticados, roupas e outros presentes de marca, férias à beira mar ou na neve, diversões sem limite nem de tempo, nem de dinheiro...-. Mas se esquecem da coisa mais importante que os filhos precisam: que os próprios pais se amem e estejam bem unidos.

O carinho mútuo dos pais é o que tem feito com que os filhos venham ao mundo. E este mesmo amor – o dos pais entre si – deve completar a tarefa começada, ajudando a criança a alcançar a plenitude e a felicidade à qual se encontra chamada.

O complemento natural da procriação, a educação, deve estar movido pelas mesmas causas – o amor dos pais – que geraram o filho.

Faz já bastante séculos que se diz que, ao sair do útero materno, onde o líquido aminiótico o protegia e alimentava, a criança reclama imperiosamente outro “útero” e outro “líquido”, sem os quais não poderia crescer e se desenvolver; a saber, os que o pai e a mãe originam quando se amam de verdade.

4.2 -Condição suficiente

Fica claro que o amor mútuo é condição indispensável em todo o trabalho de educação. Mas se tomarmos os termos a sério – autêntico amor dos pais entre si – poder-se –ia dizer que é também “condição suficiente”.

Por isso, cada um dos esposos deve, antes de tudo, cultivar o amor ao outro cônjuge: não me cansarei de repetir que esta é a chave das chaves de toda a vida familiar.

Depois, como fruto natural de seu amor recíproco, os cônjuges deverão:

a) engrandecer a imagem do outro diante dos filhos, ensinando-os a amá-lo e respeitá-lo

b) e evitar o quanto puderem fazer diminuir o carinho deles por seu cônjuge.

Com palavras mais concretas, desde que os filhos são muito pequenos, além de manifestar prudente mas claramente – com gestos e com palavras – o afeto que os une, os pais devem prestar atenção:

a) não fazer censuras mútuas nem comentários irônicos diante dos filhos;

b) não permitir um o que o outro proíbe... mesmo que tenham que falar a sós para que fiquem de acordo;

c) evitar sempre certas recomendações que levariam a criança a desconfiar do outro cônjuge: “isto não diga ao papai ou à mamãe”, etc.

Tudo o que se disse anteriormente poderia ser resumido num só princípio que merece um artigo à parte.

Os filhos, todos e cada um, gozam de um só direito. De um direito único, mas tão fundamental que a ninguém está permitido atentar contra ele.

Trata-se do direito à pessoa de seus pais: à sua intimidade, ao seu tempo, à sua autoridade, à sua compreensão, à sua delicadeza.... Isto estudarei, como acabo de sugerir, num outro documento.

5. Ensinar a querer

5.1. Princípio e fim

Como acabamos de ver:

a) O princípio radical da educação é que os pais se queiram entre si e, como consequência deste amor, que queiram deveras e eficazmente seus filhos

b) O fim ou a meta desta educação é que os filhos, por sua vez, vão aprendendo a querer, a amar: pois esta é a única atividade que aperfeiçoa o ser humano enquanto pessoa e, como consequência, a única capaz de fazê-lo feliz.

Segundo explica Caldera, “a verdadeira grandeza do homem, sua perfeição, portanto sua missão ou dever é o amor. Todo o restante - capacidade profissional, prestígio, riqueza, vida mais ou menos longa, desenvolvimento intelectual- tem que confluir no amor ou carece definitivamente de sentido”... e, inclusive, se não se encaminhar para o amor , poderia tornar-se prejudicial.

Por conseguinte, mesmo que pareça paradoxo, se educar é amar, amar é por sua vez ensinar a amar, pois não é outro o destino do ser humano nem a chave de sua perfeição, de sua felicidade.

Em resumo, educar equivale a promover a capacidade de amar daqueles a quem pretendemos formar.

5.2. Atentos aos outros

Resumo o que já vimos numa só frase: todo o labor educativo dos pais deve se dirigir, em última instância, a incrementar a capacidade de amar de cada filho e – seria a outra face da mesma moeda – a evitar tudo quanto o torne mais egoísta, mais fechado e atento a si, menos capaz de descobrir, querer, perseguir e realizar o bem dos outros.

Educam-se os filhos, quando se lhes impele e ensina – com os atos, melhor do que com a palavra – a estar mais atento aos outros do que a si mesmos.

E isto não apenas com vistas ao futuro, como quando se lhes incita a estudar ou se formar para “chegar a ser homem útil”. Se não já no presente.

a) Ensinando-lhes, por exemplo, a aproveitar o tempo disponível para, já, agora, ajudar seus amigos com mais dificuldades nos estudos ou necessitados de algum outro apoio.

b) Perguntando-lhes sempre “como se encontram seus amigos” que se eles, nossos filhos, passaram bem ou mal naquela atividade recreativa.

c) Quando, com os atos, com as perguntas com que os recebemos quando chegam da escola, damos maior relevância ao que realmente fazem pelos outros do que suas próprias notas.

d) Quando, na hora de escolherem carreira ou profissão, os animam a levar em conta não só nem preferencialmente as “melhores” profissões – que na verdade equivale às “entradas” econômicas -, mas em qual trabalho podem ser mais úteis aos que os rodeiam, fazer mais felizes os outros.

5.3. Para que sejam felizes

E todo o anterior, por um motivo muito claro: porque só se ensinarmos nossos filhos a amar bem, contribuiremos eficazmente para que sejam felizes e, como consequência, ditosos.

Pois, segundo mostram desde os melhores filósofos clássicos até os mais certeiros psiquiatras contemporâneos, a felicidade e a alegria não são senão efeitos não buscados de engrandecer a própria pessoa, de melhorá-la progressivamente; e isto só se consegue amando mais e melhor, dilatando as fronteiras do próprio coração e aperfeiçoando nossos amores.

Com outras palavras: quem pretender educar deve ter claro que a felicidade é direta e exclusivamente proporcional à capacidade de amar de cada pessoa, expressa em obras:

a) quem ama muito é muito feliz;

b) quem tem um amor medíocre, nunca alcançará uma alegria completa;

c) e quem não sabe ou não pode ou não quer amar, por mais que triunfe nos demais aspectos da existência humana, será um autêntico desgraçado, ainda que às vezes pretenda encobrir ou desconhecer o fato, ou mesmo que esteja convencido do contrário.

Por isso que São João da Cruz pode sustentar a conhecida frase, já antes mencionada: “no entardecer de nossa existência seremos examinados pelo amor”... e de nada mais! Repito com plena consciência.

Resumo

Qualquer ação educativa terá validade na medida em que o motor do que se aconselha pôr em prática ou evitar, do que alguém faz ou deixa de fazer, seja um amor autêntico à pessoa que se pretende formar ou, com outras palavras, o bem real desta pessoa que sempre haverá de prevalecer sobre o bem próprio, e que não é outro que o desenvolvimento e a perfeição de sua própria capacidade de amar.

O amor é, pois, a chave -o princípio, meio e fim- de toda a ação educativa.

Educa-se a partir do amor, por meio do amor e para ensinar a amar.

 

Tomás Melendo Granados

Catedrático de Filosofia (Metafísica)

Diretor dos Estudos Universitários em ciência para a Família - Universidade de Málaga

www.masterenfamilias.com

email: tmelendo@uma.es

 

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Publicado no Portal da Família em 26/03/2011

 

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