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Floriano Serra

Coluna "A Dois"
CONJUGE: O IDEAL TEM DEFEITOS

André Pessoa

Algumas concessionárias permitem o "teste drive" com o intuito de incentivar a venda de veículos.

Alguns jovens, com receio da adaptação inicial no casamento, a título de experiência, vivem juntos sem compromisso. Esta prática volátil não é similar ao teste drive. É uma falácia, à medida que a situação que experimentam em nada se aproxima ao matrimônio. Seria como se fizéssemos o teste drive nos corredores da concessionária. A situação matrimonial para ser efetiva demanda a coragem do compromisso assumido, a intenção mútua e verdadeira de se construir uma vida a dois.

O risco da incompatibilidade pós-matrimonial existe. Cada um aporta ao casamento sua experiência anterior, costumes familiares e valores distintos, além do modo de ser pessoal e trejeitos que podem vir a atender ou não às expectativas do cônjuge. Se antes do matrimônio o alinhamento custa esforço a tendência natural é que este esforço se avolume.

Para minimizar o risco, é prudente que no período que antecede ao casamento os pretendentes coloquem em pratos limpos as expectativas de cada um em relação ao futuro, incluindo assuntos que não fazem parte da realidade de então, como por exemplo, os filhos.

A antecipação de etapas, além de criar bloqueios e atitudes defensivas que mais cega do que esclarece, gera feridas difíceis de serem curadas. Esta relação se fundamenta na des-confiança mútua, justamente o oposto do matrimônio.

Seja por caminhos tortuosos ou não, o que todos buscam é, na realidade, encontrar o cônjuge ideal.

Mas não nos iludamos, pois não existe. Temos que estar preparados para sermos tolerantes com os defeitos de nosso cônjuge, quaisquer que sejam os que se manifestem no decorrer dos anos de convivência.

Intolerância, sim, mas com os nossos defeitos!! Esta postura demanda sinceridade atroz. Quando somos sinceros conosco, não nos deixamos iludir por nossas qualidades e adquirimos capacidade de combater os nossos defeitos.

O que ajuda neste sentido é procurarmos sempre nos colocar no lugar do outro para imaginar porque certas atitudes nossas o incomodam tanto. Este é o verdadeiro "teste drive" que temos que fazer por toda a nossa vida a dois. Não se trata de nos posicionarmos do outro lado, mantendo a nossa estrutura psicológica, mas sim procurarmos nos inserir no modo de pensar outro, para nos vermos do ângulo externo.

Tolerância em relação aos defeitos do cônjuge! Esta postura nos demanda seriamente fortaleza e paciência. Se para atravessar nadando a baía de Guanabara temos que treinar muito, o mesmo se aplica à nossa estrutura interna. A manutenção de um contínuo estado de enamoramento com o cônjuge requer esforço.

A tolerância anda de braços dados com a justiça e com o amor. Quando se é justo com o cônjuge, entendemos que devemos muito do que somos ao outro, pelo que já fez por nós e pelo apoio que temos recebido. Quando se é justo com o cônjuge, entendemos que o outro tem algumas ou várias qualidades fundamentais que o fazem irrepetível e que me levam a amá-lo. Amor este que aprende a amar não somente as qualidades, mas também os defeitos.

A justiça e o amor fazem de nosso cônjuge o "cônjuge ideal"... ideal com defeitos.



André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture.
e-mail: andre.v.pessoa@gmail.com

Publicado no Portal da Família em 24/02/2007


 

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