Piercings e seus perigos


Os piercings podem ser muito perigosos quando colocados em áreas formadas por cartilagens. Na língua, é possível até que abalem a estrutura dos dentes

Algumas partes do corpo são muito perigosas para a colocação de piercings. Recentemente sete adolescentes americanos tiveram infecções graves depois de pôr piercings na cartilagem da orelha em um quiosque de shopping. A falta de higiene na hora de fazer o furo teve sua parcela de culpa, mas o local escolhido foi o maior vilão dos problemas enfrentados pelos adolescentes.

"Com exceção do lóbulo, a orelha é muito mal vascularizada, o que torna o organismo quase incapaz de reagir a uma infecção ou alergia", explica Gilberto Sitchin, otorrinolaringologista do Hospital São Luiz, em São Paulo. Mesmo que se observem todos os cuidados de higiene e o material do piercing seja inerte (como aço cirúrgico, ouro ou platina), ainda assim existe perigo, segundo o especialista. Veja no quadro abaixo alguns dos riscos mais comuns que o piercing oferece para determinadas partes do corpo.

No alto da orelha
A baixa vascularização pode levar à deformação da cartilagem, exigindo cirurgia plástica reparadora
Nariz
A haste interna - em geral longa para facilitar o manuseio – pode machucar o septo nasal.
o risco de infecção é grande, pois o local é úmido e está constantemente em contato com a poluição
Umbigo
O corpo estranho pode provocar a formação de cistos, levando à necessidade de cirurgia.
O risco de infecção é muito grande. Como muitas pessoas se esquecem de enxugar bem a região, ela fica úmida e expostas a bactérias.
Língua
Há risco de desgaste da parte interna dos dentes da frente da arcada inferior e de perda óssea capaz de abalar a estrutura dental.
O local é quente e úmido, perfeito para a proliferação de bactérias

Fontes: Revista Veja, 27/Nov/2002, pág. 130, e revista VEJA Especial JOVENS - setembro/2001

Outros Problemas Comuns

Modismo ou não, o uso tanto de tatuagens quanto de piercings tem seu preço. A pessoa se expõe a riscos de contaminação por bactérias que causam infecções como impetigo ou por vírus que causam doenças como a hepatite, a Aids, a sífilis e muitas outras. Segundo o dermatologista Antônio Carlos Martins Guedes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, o único caso registrado, no mundo, de lepra transmitido por objeto aconteceu durante um processo de tatuagem. A contaminação acontece porque os procedimentos nem sempre são realizados em boas condições de higiene. Em muitos casos, agulhas são reutilizadas e, como há sangramento da região que vai ser trabalhada, até o dedo ou algodão utilizado para estancar o sangue pode transmitir doenças.

Também podem surgir reações alérgicas e cicatrizes indesejáveis como as queloideanas. E se a pessoa tem algum tipo de doenças dermatológica, como psoríase, líquen plano, vitiligo e verrugas, estas podem aparecer nos locais do trauma, como explica a dermatologista Maria Antonieta Rios Scherrer. Segundo ela, a tatuagem também pode provocar um tipo de reação inflamatória, chamada granuloma, ocasionada pela presença de corpos estranhos que penetram na pele durante o ato de tatuar, ou pelo próprio pigmento introduzido.





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