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O amor pode acabar?

Pe. Paulo M. Ramalho

Quantas vezes ouvimos expressões como estas entre pessoa que estão casadas: “O amor acabou!”, “Já não há mais nada entre nós!”.

O que poderíamos dizer a respeito da realidade que está por trás de afirmações como “o amor desapareceu”?

O que diríamos é que o desaparecimento do amor seria verdade se o amor fosse um mero sentimento. De fato, o sentimento é uma realidade muito instável e pode crescer ou diminuir, aparecer ou desaparecer.

O sentimento de amor, por exemplo, é muito afetado quando vamos perdendo a admiração pela pessoa a quem amamos. E, se não cuidarmos, pode chegar um momento em que esse sentimento desaparece por completo.

Mas não podemos nos esquecer de que o amor é muito mais do que um sentimento. O amor humano é fruto da sensibilidade, e, antes de mais nada, é fruto da inteligência e da vontade. O amor é fruto sobretudo da vontade: de um devotamento, de uma entrega, de uma doação.

Sendo fruto sobretudo da vontade, ele pode crescer cada vez mais e cresce à medida que vamos nos doando, vamos nos entregando à pessoa amada.

Cresce à medida que nos doamos, uma vez que:
- pensamos cada vez mais na pessoa amada;
- fazemos elogios;
- fazemos surpresas;
- escrevemos mensagens;
- a enchemos cada vez mais de alegria;
- procuramos agradá-la;
- lutamos contra o egoísmo, essa tendência a pensar em nós, nos nossos interesses etc, etc.

Tudo isso são doações. E a doação não pode parar!!! Como diz aquele famoso refrão que gosto de repetir: “o fogo do amor mantém-se vivo quando se queimam coisas novas”. E, se a doação não pára, não só o amor não pára como cresce cada vez mais.

O que acontece, portanto, quando uma pessoa diz que “o amor acabou”? O que acontece é que ela está identificando o amor com o sentimento. É como se ela dissesse: “o sentimento por você acabou!”. E, infelizmente, por ignorância, quase todo mundo pensa hoje que o amor é um mero sentimento. Com o casamento, é natural que esse sentimento diminua quando se veem os defeitos do outro cônjuge.

Mas um cônjuge é muito mais do que seus defeitos. Um cônjuge é alguém que “com minha inteligência” escolhi para ser meu companheiro durante a vida e alguém a quem, “com minha vontade”, vou me entregando cada vez mais, vou me doando a cada dia, fazendo esse amor crescer com solidez. A doação da vontade faz também despertar o sentimento, e não deixa que ele esmoreça, apesar de percebermos coisas que nos desagradam no outro cônjuge.

Tenhamos presente esta grande verdade no amor: “o amor é sobretudo vontade, doação”. E, se a doação não parar, o amor nunca acabará, muito pelo contrário, só crescerá com o tempo.

casal separado mas triste

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Pe. Paulo M. Ramalho é Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais).

Site: http://www.fecomvirtudes.com.br

Publicado no Portal da Família em 20/03/2014

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