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Quem apostou na pesquisa com embriões não reconhece que perdeu a aposta

ZENIT, 27 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Quem apostou nas pesquisas com células-tronco embrionárias não reconhece que perdeu a aposta, pois, para além do fato desse tipo de pesquisa violar a dignidade do embrião humano, elas não dão resultados positivos, explica uma especialista.

A Dra. Alice Teixeira é professora associada da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, formada em Medicina, em 1967, na Escola Paulista de Medicina, Doutora em Biologia Molecular, em 1971, Felowship na Research Division de Cleveland Clinic Foundation, EUA, 1971-72, e pertence ao Movimento Comunhão e Libertação,

Ela foi palestrante no I Congresso Internacional em Defesa da Vida, que será realizado no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, de 6 a 10 de fevereiro de 2008. Zenit a entrevistou no contexto dos preparativos ao Congresso.

Publicamos aqui alguns trechos da entrevista publicada pela Zenit (os grifos são nossos):

Como a Sra. vê a realização de um encontro reunindo expressivos especialistas de bioética e lideranças pró-vida nacionais e internacionais, para a abertura da Campanha da Fraternidade, com o tema "Fraternidade e Defesa da Vida", e o lema: "Escolhe, pois, a Vida". Qual a importância desse encontro, nesse contexto, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida?

–Dra. Alice Teixeira: Há necessidade de o nosso povo ser bem esclarecido sobre mais uma agressão que está sendo planejada há longa data tendo como vítimas nossos idosos e nossos nascituros, ou seja, a parte mais indefesa de nossa população. Acredito que este encontro tem esta finalidade: mostrar às bases, nas paróquias de todo Brasil, a necessidade de defendermos a VIDA desde a concepção até a morte natural do ser humano.

A Sra. irá falar sobre "a dignidade do embrião humano". Poderia nos dizer o que irá destacar em sua exposição?

–Dra. Alice Teixeira: Em 1991 Jerôme Lejeune, o médico francês que descobriu a causa genética da síndrome de Down (antes chamada de mongolismo), disse numa entrevista à Revista VEJA: “Não quero repetir o ÓBVIO. Mas, na verdade, a vida humana começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos transportados pelo espermatozóide se encontram com os 23 cromossomos da mulher, TODOS os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão presentes.

A fecundação é o marco do início da vida. Daí para frente qualquer método para destruí-la é um assassinato”. De modo que na minha preleção ireis destacar que: 1) desde 1827, graças às pesquisas de Ernst van Baer, com auxílio de um microscópio mais sensível, se sabe que a vida humana se inicia na concepção; 2) que não é um dogma religioso, que o Papa Pio IX aceitou este fato científico em 1869 e juntamente com os médicos ingleses, na mesma data, decretou que a Igreja Católica devia defender o ser o humano desde a sua concepção, pois é uma pessoa humana, e como tal a sua dignidade deve ser defendida pelos católicos de todo o mundo; 3) que até hoje os embriologistas vêm comprovando cientificamente este fato; 4) que os embriões humanos devem ter sua dignidade respeitada em todas as fases de seu desenvolvimento e mesmos os congelados, que não devem ser objetos de pesquisa ou serem destruídos para se fazer cultura de suas células; 5) mostrarei que muitos embriões congelados por vários anos deram crianças saudáveis, inclusive no Brasil; 6) que mesmo os bebês anencéfalos têm direito à vida e sua dignidade deve ser respeitada como todas as pessoas humanas; 7) que existem interesses econômicos de indústrias de biotecnologia em utilizar o nascituro como fonte de células para pesquisa.

A Sra. participou no começo do ano passado de um importante debate no STF com o tema "o início da vida humana". Que avaliação a Sra. faz daquele debate, e que decisão a Sra. acha que o Supremo Tribunal Federal irá tomar diante dessa questão?

–Dra. Alice Teixeira: No debate no STF, nosso grupo mostrou exaustivamente que o início da vida humana se dava na concepção. Foi mostrado por médicos e biomédicos, em que a parte científica e a ética mostrou a necessidade do respeito à dignidade do embrião humano. Mostrei que para a Medicina Regenerativa não havia necessidade de se fazer experimentos com embrião humano, que as células-tronco adultas eram capazes de solucionar estas doenças. Fui profética quando afirmei que graças aos trabalhos do Dr. Yamanaka, da Universidade de Kioto, Japão, não havia mais necessidade de células embrionárias humanas para tais pesquisas, visto que este cientista estava conseguindo transformar células adultas da pele em células com características embrionárias.

Este feito foi repetido por vários pesquisadores no ano passado a tal ponto que, James Thomson, o primeiro a conseguir cultura de células embrionárias humanas, disse que pesquisa com estas células não valia mais nada, pois não conseguira nenhum resultado positivo até hoje (existem 72 resultados positivos com células-tronco adultas) e que na História da Ciência as pesquisas com células embrionárias humanas seria uma nota de roda-pé. Thomson, inclusive é um dos pesquisadores que mudou sua linha para estas células adultas transformadas. Estes trabalhos publicados no fim de novembro de 2007 fizeram as ações de muitas indústrias de biotecnologia, que apostavam nas células embrionárias humanas, caírem.

O grupo brasileiro que queria fazer pesquisas com estas células teve uma audiência com alguns juristas do STF e tentou convencê-los, bem como a mídia, que a pesquisa com embriões humanos é necessária. Não reconhece que perdeu a aposta.

Por que o debate em torno do início da vida humana entrou na agenda de discussões no País? Quais os interesses ideológicos daqueles que insistem em questionar o início da vida humana com a concepção, que é o posicionamento não só da Igreja, mas da própria ciência?

–Dra. Alice Teixeira: Desde 1970 temos uma conspiração mundial contra a vida humana, que propõe a redução da taxa de natalidade no mundo e defende a eutanásia para redução dos custos da saúde com os idosos. Usam falsos argumentos que chamam de “direitos ao próprio corpo” e querem incluí-los aos Direitos Humanos, usando de tais artifícios querem impô-los em nosso país. É importante para os que insistem em utilizar as células do embrião humano em pesquisa que o início da vida humana seja uma questão de OPINIÃO, que não haja CONSENSO, que seja tratado como um DILEMA ÉTICO. Assim no STF falavam: “Eu acho que a vida humana se inicia aos 14 dias quando se inicia a formação do tubo neural... outros acham que é no sétimo dia quando o embrião se implanta no útero materno... São todos favoráveis ao aborto. Um deles usa células nervosas fetais humanas na sua pesquisa.

Como estão os avanços com a pesquisa em células-tronco embrionárias? Quais as novidades a respeito?

–Dra. Alice Teixeira: Robert Lanza, da Advanced Cell Tecnology, está propondo um “contorno ético” fazendo a cultura de células embrionárias humanas a partir de células arrancadas do embrião humano na fase de mórula. Congelou os embriões dos quais tirou as células de modo que não sabe afirmar quais seriam as conseqüências. Presume que não afeta o desenvolvimento dos mesmos. Samuel Wood, da Stemagen Corp. afirma ter conseguido blastocistos humanos clonados para a clonagem terapêutica. Aguarda-se confirmação destes experimentos. Vê-se que se tratam de resultados provenientes de indústrias de biotecnologia que se encontram desesperadas com a queda de suas ações.

Que políticas públicas a Sra. espera ver implementadas no sentido de realmente promover a família e a vida humana em nosso País?

–Dra. Alice Teixeira: Primeiro: educação do nosso povo. No caso da educação sexual e sexualidade, devemos ter cuidado para que não seja distorcida com pornografia e hedonismo. Segundo: esclarecimento e transparência das políticas de saúde, que visem benefícios para todos. Terceiro: investir na Medicina Preventiva. As doenças dos pobres continuam prevalecendo em nosso país: a tuberculose, a malária, a doença de Chagas, a úlcera de Bauru/ Calazar. Investe-se muito dinheiro na AIDS que é doença de rico e dá um bom retorno para as indústrias farmacêuticas. Quarto: combate à violência através de políticas públicas no combate às drogas. Acaba-se resumindo tudo em educação e informação.


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feto humano

Fonte: ZENIT - 27-01-2008 - http://www.zenit.org/article-17386?l=portuguese

Publicado no Portal da Família em 03/03/2008

 

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