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Floriano Serra

Coluna "Em Família"

A FAMÍLIA E O SENTIDO DO DEVER

André Pessoa

Sempre houve uma inquietação nos pais em conseguir desenvolver responsabilidade nos filhos.

Não deixa de ser contraditória a atitude "laisses-faire" que assumem frente às atividades que seus filhos se dedicam. Não somente eles, mas também os pais, têm o gosto como critério para estabelecer suas prioridades. Preferem fazer as coisas mais porque gostam... e menos porque devem.

Não são poucos os pais que, independente de que seja algo visivelmente benéfico aos filhos, sempre lhes perguntem se querem ou não, sem se darem ao trabalho de contra-argumentar a negativa com empenho e inteligência... ou... dependendo da idade, simplesmente lhes dizendo que sim. Talvez por preguiça, pois contrariar o gosto dos filhos custa esforço aos pais. É mais fácil deixar acontecer... "laisser-faire".

Também é contraditório o fato de uma família numerosa ser menos complicada do que uma com poucos filhos. Em uma família grande, o cardápio independente dos gostos. As crianças ajudam a manter a ordem em casa. Não há televisões nem quarto exclusivos, nem dormem ou acordam à hora que querem.

As crianças vão aprendendo a contrariar os próprios gostos, o que viabiliza a educação do sentido do dever. Porque custa mais esforço fazer o que devemos fazer ... do que o que gostamos de fazer.

Um homem responsável está acostumado a abdicar dos próprios gostos a favor do dever. Se quisermos que nossos filhos amadureçam, temos que nos empenhar em ensinar-lhes a cumprir o dever.

Podemos começar com o que eles gostam. É um dever fazer uma viagem para visitar o vovô? Para eles será fácil, pois eles gostam de estar com o avô!!! Mas façamo-los ver que estamos também cumprindo uma obrigação familiar, um dever!! E que é gostoso cumprir este dever!! Os filhos gostam do carinho da mãe ao dormir? Pois que o pai lhes mostre que é um dever procurar este carinho, e dar um carinhoso beijo de boa noite na mãe. Que eles se sintam bons cumpridores dos deveres que lhes apetece.

Depois partamos para as coisas que custam esforço. O dever do colégio é óbvio, mas não suficiente. Podemos criar encargos, responsabilidades, em casa, nas viagens, nas férias. Arrumar a cama quando acordam, que a roupa suja seja colocada no local apropriado, recolher o lixo da lixeira, etc... Trata-se de não facilitar a vida das crianças encurtando a mesada, não se importando com os modismos, restringido o horário da Internet, da televisão, fazendo-os comer o que não gostam, etc...

Se as crianças aprendem a abdicar do que lhes apetece, terão mais liberdade em fazer aquilo que deve ser feito. E terminarão por descobrir a satisfação que há em ver o dever cumprido, de que vale a pena cumprir o dever.


 

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André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture.
e-mail: andre.v.pessoa@gmail.com

Publicado no Portal da Família em 02/10/2006

 

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